quarta-feira, 1 de junho de 2011

Estranho, colega, amigo... Quase estranho

Pode ser o amigo do amigo. Ou aquela pessoa que você conhece há anos mas nunca tinha parado para conversar direito. Você descobre muito em comum. Situações, casos, dificuldades, entendimento. Comentários bobos, assuntos sem sentido. Desabafos, conversas até tarde. E de repente você, no meio do dia, se lembra da pessoa. Seja porque o time dela jogou, ou porque viu alguma coisa da qual conversavam recentemente. Ou há um tempo. Porque morava em Araraquara, Divinolândia ou Sorocaba. Pode ser que more em Campinas, Bragança ou Florianópolis. Quem sabe ela tenha parentes tem Tupã ou Junqueirópolis.

Pode ser que algumas dessas pessoas já não façam parte da sua vida. Por algum motivo, vocês podem ter deixado de se falar. A vida. A falta de tempo. Outras pessoas. Seu amigo ficou bravo com você. Você ficou chateada com ele. Ou vice-versa. Ou quem sabe as duas coisas juntas. O motivo não importa. O fato é que vocês já não são amigos. O que vocês têm agora talvez não possa ser chamado de amizade. Praticamente não se falam mais, não sabem da vida um do outro. Não têm tempo para bobagens e assuntos sem sentido. Não saem para jantar e conversar. Não se divertem mais juntos. Tudo é tão difícil agora...

Você mudou. O outro lado mudou.

Sim, eu acredito que verdadeiros amigos podem passar anos afastados e continuar amigos. Há casos e casos. Não é preciso conversas diárias nem jantares semanais. Se ainda houver aquela afinidade e vocês ainda se respeitarem, a amizade ainda estará lá quando houver uma conciliação de agendas. Só que para isso não pode faltar algo fundamental: reciprocidade.

Não é tratar o outro da maneira como você o trata. Não é saber tudo da vida dele. Não é querer estar sempre em primeiro lugar. Basta sentir que você é tão importante para a pessoa quanto ela é para você. Cada um tem um jeito de se expressar, desde que se expresse. E só.

Se eu ainda falo com você, se você sabe da minha vida, dos meus casos, dos meus dramas... Eu confio em você. Acho que você é um bom amigo. Sinto saudade e vontade de vê-lo.

Mesmo que eu esteja longe, se você sente minha falta, tenha certeza de que também sinto a sua.